Benefício foi pago até abril deste ano. Influenciadora é suspeita de crimes de estelionato, exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro.
A Polícia Civil informou que a influenciadora digital Aline Reis recebeu o auxílio Bolsa Família, do Governo Federal, até abril deste ano. Embora ostente uma vida de luxo na internet, Aline é investigada por crimes de estelionato, exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro. Para a polícia, o dinheiro foi adquirido com os crimes.
“Só em 2024, a Aline Reis recebeu R$ 4,5 mil de Bolsa Família. Isso é para quem tem renda per capita de R$ 200, R$ 250”, disse o delegado Rony Loureiro.
A advogada de Aline informou que se encontrou com o delegado responsável pelas investigações na terça-feira (10) para comunicar que a influenciadora nunca recebeu qualquer valor do programa social Bolsa-Família.
A informação foi divulgada pela própria Polícia Civil. Segundo a advogada, o delegado garantiu que realizará uma apuração minuciosa para verificar se os valores mencionados foram efetivamente sacados e, caso confirmados, identificar o responsável pelos saques, para que este seja devidamente responsabilizado.
Segundo a polícia, os dados de Aline foram buscados pelo Portal da Transparência do Bolsa Família. Em nota, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, que cuida do Bolsa Família, disse que tem atualizado os cadastros do Cadúnico para avaliar situações de inconsistência de renda, composição familiar e registros divergentes e registros desatualizados.
Para o delegado, quem recebe auxílio social sem necessidade tem que responder criminalmente. “Seja por estelionato, por falsidade ideológica, mas tem que responder”, completou. A suspeita é que Aline tenha recebido Bolsa Família e outros auxílios sociais, como o auxílio emergencial, desde 2020.
Na sexta-feira (6), uma operação da Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Aline, em Cristalina, na Região do Entorno do Distrito Federal. Ela teve R$ 600 mil em bens bloqueados pela Justiça.
Outras suspeitas
Além de Aline, outras duas influenciadoras foram alvo da mesma operação: Carol de Souza e Tawane Alexandra. As investigações apontam que todas usavam a presença digital para enganar seguidores e participar de atividades de jogos de azar ilegais. Elas também são suspeitas de lavar dinheiro para esconder a origem criminosa do dinheiro e dos bens.
“Após as investigações, ficou bastante evidente que elas praticavam estelionato, exploração de jogos de azar e provável lavagem de capitais, tendo em vista os ganhos, a ostentação nas redes sociais”, declarou o delegado.
Em nota, a defesa das influenciadoras negou todo os crimes apontados pela polícia. A advogada Pricilla Teles disse que as três mulheres atuam como divulgadoras e apostadoras de jogos online, mas sempre conduzindo suas atividades com total transparência. A advogada também destacou que as influenciadoras “cumprem rigorosamente suas obrigações fiscais, declarando todos os rendimentos de forma clara e em conformidade com a legislação vigente”.
Mandados de busca e apreensão contra Carol foram cumpridos em São José dos Campos, São Paulo. Ela teve R$ 7,7 milhões em bens bloqueados. Já os mandados contra Tawane foram cumpridos em Luziânia, também no Entorno do DF. A jovem teve R$ 800 mil em bens bloqueados.

Segundo a polícia, as três influenciadoras atuavam em Luziânia, mas duas estavam fora da cidade. O delegado explica que os crimes investigados afetam a integridade financeira e emocional dos cidadãos.
“Eram carros importados, eram viagens ao exterior, aquisições de imóveis. Tudo isso chamou a atenção da polícia e evidenciou que elas estavam absolutamente envolvidas, incitando e incentivando as pessoas com simulações de jogos de ganhos, como o ‘jogo do tigrinho’, em que os ganhos eram expressivos”, completou.
As investigações ainda estão em andamento com objetivo de identificar outros envolvidos e qual é o tamanho do prejuízo causado.
De acordo com a polícia, crimes de estelionato têm pena de reclusão de 1 a 5 anos; exploração de jogos de azar, detenção de três meses a 1 ano ou multa; e lavagem de dinheiro tem pena de reclusão de 3 a 10 anos.
Íntegra defesa influenciadoras
A Assessoria Jurídica informa que a investigação em apuração que envolve Ana Carolina de Souza, Aline Tainara Barbosa Dos Reis e Tawane Alexandra Silva dos Anjos tramita em segredo de justiça. Por meio desta, reafirmamos nosso compromisso com a confidencialidade e a integridade do respeito ao sigilo processual.
Esclarecemos que as investigadas atuam como divulgadoras e apostadoras de jogos online, sempre conduzindo suas atividades com total transparência. Ressaltamos ainda que elas cumprem rigorosamente suas obrigações fiscais, declarando todos os rendimentos de forma clara e em conformidade com a legislação vigente.
Especificamente, destacamos que a atividade realizada encontra respaldo na Lei nº 14.790, de 29 de dezembro de 2023 e são fiscalizadas pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR).
Reafirmamos nosso compromisso com a legalidade e com o fornecimento de informações claras e objetivas para elucidar qualquer questionamento sobre as atividades envolvidas. Estamos à disposição para colaborar com as autoridades competentes na busca pela verdade e pela justiça
Destacamos nossa confiança no trabalho da Polícia Civil do Estado de Goiás, principalmente nas ações conduzidas pelo Delegado Dr. Rony Loureiro Barros. Estamos familiarizados com a dedicação e meticulosidade do Dr. Rony na condução de diversas investigações em nosso Município, as quais sempre são realizadas com a seriedade e precisão essenciais para o esclarecimento dos fatos, o que certamente se repetirá no presente caso.
Na data de hoje, 10/12/2024, a defesa reuniu-se com o delegado responsável pelas investigações, ocasião em que comunicou à Autoridade Policial que a influenciadora Alinne Reis nunca recebeu qualquer valor proveniente do programa social Bolsa-Família, refutando as informações amplamente divulgadas. A Autoridade Policial, por sua vez, garantiu que realizará uma apuração minuciosa para verificar se os valores mencionados foram efetivamente sacados e, caso confirmados, identificar o responsável pelos saques, para que este seja devidamente responsabilizado.
Por estas razões, mantemo-nos tranquilas e confiantes de que, em breve, as investigações elucidarão a verdade real dos fatos, comprovando de forma inequívoca a inocência de Ana Carolina de Souza, Aline Tainara Barbosa Dos Reis e Tawane Alexandra Silva dos Anjos, as quais se manterão à inteira disposição da Autoridade Policial e do Poder Judiciário.
Atenciosamente,
Pricilla Teles
OAB/GO 42.898